Ibeji

Ibeji ou Ìgbejì são, ao invés de um, duas entidades – que são irmãos gêmeos –, representadas por um Orixá, que é o da infância e o da alegria. Ademais, essa divindade ainda simboliza a origem e o prosseguimento da vida.

Algo bastante peculiar sobre os Ibeji é o poder de mão-única que eles têm de desfazer quaisquer ações dos demais Orixás, sendo nenhuma outra divindade capaz de desfazer um ato deles.

Ibeji
Ibeji

História de Ibejis

Para a Umbanda e para o Candomblé, os Ibeji são filhos de Iansã e Xangô. Porém, a Orixá renegou as crianças ainda quanto recém-nascidas, abandonando-as em um rio. Oxum, que estava por perto, ouviu o pranto das crianças e resolveu ir até elas; ao chegar ao local, ela se deparou com ambos os irmãos e, compadecida e enfeitiçada por aqueles seres, resolveu adotá-los como filhos, dando-lhes os nomes de Kehinde e Taiwo.

Características dos Filhos de Ibejis

É muito característico dos filhos de Ibeji o temperamento infantil, ou seja, a alegria, a fragilidade, a imaturidade, a inconsequência, a impaciência, a teimosia e a jovialidade são aspectos marcantes desses indivíduos. Ademais, também é frequente que os filhos desses Orixás sejam bastante possessivos e obcecados com as pessoas que eles prezam.

Candomblé e Igreja Católica

Aos Ibejis, foram sincretizados os santos Cosme e Damião, o que se deve, principalmente, ao fato destes serem as únicas figuras gêmeas do catolicismo.

Ibejis na Umbanda

Os umbandistas e os candomblecistas idolatram os Ibeji de modo bastante parecido, não havendo diferenças expressivas entre uma adoração e outra.

É válido ressaltar que tanto na Umbanda, quanto no Candomblé, deve-se ter bastante cuidado com os Ibeji, pois eles, por serem bastante arteiros, podem corromper e atrapalhar os cultos, caso não recebam a atenção necessária. Ademais, como ambas as religiões têm os Ibeji como filhos adotivos de Oxum, é comum a lembrança e a homenagem a essas divindades nos rituais dedicados à Orixá.

Oferendas a Ibeji

Os alimentos que mais contentam os Ibeji são os doces, principalmente aqueles que levam mel em sua composição. Os Orixás também adoram quando os pratos vêm acompanhados com brinquedos – é importante sublinhar que os brinquedos devem ser iguais na qualidade, para que a ira de um dos Ibeji não seja despertada.

  • Caruru:

O caruru é um dos alimentos que mais contentam os Ibeji. Para fazê-lo, são necessários: 01 quilo de quiabo cortado – durante o corte dos quiabos, é preciso fazer silêncio e imaginar o pedido desejado –, ½ quilo de camarão seco moído, 200 gramas de castanha de caju moída, 250 ml de azeite de dendê, 02 dentes de alho, 01 cebola grande, suco de 01 limão, gengibre ralado a gosto e guaraná.

Tendo todos os ingredientes em mãos, deve-se refogar o quiabo e o gengibre na cebola, no alho e no azeite. Feito isto, o camarão, as castanhas e, aos poucos, água quente devem ser adicionadas a mistura, a qual deve cozer até as frutas adquirirem uma tonalidade rósea. Por fim, basta dispor o prato em um alguidar e colocar o guaraná em uma quartinha de barro.

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Dona Lúcia, nascida em uma cidade do interior, é uma devota apaixonada que escreve sobre santos e orações. Sua fé inabalável e sabedoria acumulada ao longo dos anos inspiram aqueles que buscam conforto e orientação espiritual em suas palavras.

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